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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Acontecimentos

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Depois de 1945, ao contrário do que aconteceu com o fim da Primeira Guerra Mundial, as grandes potências conservaram os seus exércitos, mas desenvolveram ainda mais a industria bélica. Dessa vez o mundo se organizava sobre novas bases, destituindo a Europa da oposição do eixo do poder mundial e elegendo Washington ( capitalista ) e Moscou (Comunista ) como novos centros, o que relativou o confronto entre capitalismo e socialismo.

Os países tendiam a alinhar-se a um ou outro polo de poder, fixando a bipolarização do mundo, marcada pela tensão internacional e alimentada pelo conflito ideológico e político dos Estados Unidos e da União Soviética.

O surgimento dos dois blocos:

- Os dois blocos surgiram como resultado da derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os limites territoriais:

- Foram determinados em 1945, pela conferência de Ialta (fevereiro) e Potsdam (Julho/Agosto), que tinha como objetivo instituir uma nova ordem mundial sobre os escombros da Europa e da Ásia.

Raymon Aron, um dos mais poderosos pensadores geopolíticos do século XX, caracterizou a Guerra Fria como um período de guerra improvável e de paz impossível. Improvável pois o conflito poderia extinguir a espécie humana.

No dia 12 de março de 1947, com o objetivo de combater o comunismo e a influência soviética, o presidente norte-americano Harry Truman proferiu um discurso no Congresso, no qual afirmou que os EUA se posicionariam a favor das nações livres que desejassem resistir às tentativas de dominação. No mesmo ano o secretário de Estado George Marshall, lançou o Plano Marchall, programa de investimentos e de recuperação econômica para os países europeus em crise pós guerra.

Trecho do Discurso do presidente Truman ao Congresso norte-americano, em 1947.

No momento atual da história universal, quase todas as nações devem escolher entre formas de vida alternativas. Frequentemente, essa escolha não é livre.Uma forma de vida se baseia na vontade da maioria e se caracteriza por instituições livres,governos representativos,eleições livres, garantia das liberdades individuais, liberdaade de expreção e de religião e ausência de opressão política. A segunda forma de vida baseia-se na vontade de uma minoria, imposta pela força à maioria.Assenta-se no terror e na opreção, no controle do rádio, em eleições controlados e na supressão das liberdades pessoais. Creio que á política dos Estados Unidos deve consistir em apoiar os povos que estão lutando contra tentativas de subjulgamento por parte de minorias armandas ouo de pressões externas.

Em represália, a União Soviética criou a Kominform, organismo de encarregamento de conseguir a união dos principais partidos comunistas europeus ''cortina de ferro''. A fim de complementar a reação soviética, em 1949 foi criado o Comecon, uma réplica do Plano Marshall para os países socialistas, buscando sua integração econômico-financeira.

Em 1948 a URSS empõe o bloqueio terrestre à cidade de Berlim.No ano seguinte eram instituídas as duas Alemanhas, a Ocidental - República Federal da Alemanha e a Oriental - República Democrática Alemã.Em 1961 é construído o muro de Berlim( foi considerado um dos principais símbolos da guerra fria).

Em 1949 foi criada a OTAN ( Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança político-militar dos países ocidentais.

*Outros blocos de importância econômica são: Benelux, CECA(Comunidade Européia do Carvão e do Aço),MCE(Mercado Comum Europeu).Estes eram uma comunidade de blocos integrados na Europa Ocidental e cimentou a aliança capitalista com o bloco norte-americano.

Do lado soviético, configurando o alinhamento ao bloco comunista, foi criado, em 1955, o pacto de Varsóvia.A bipolarização mundial atingia a sua plenitude.

Em meio a essa situação tensa, ocorreram, em 1949, a Revolução Chinesa e a explosão da primeira bomba atômica soviética. No ano seguinte, iniciou-se a Guerra da Coréia, um dos ápices da Guerra Fria, a mais séria ameaça, até então, à paz mundial depois da Segunda Guerra Mundial.

O IMPACTO CUTURAL

Os socialistas apresentavam uma sociedade igualitária, em que o Estado é o dono dos bancos, fábricas e terras. É o Estado quem deve distribuir as riquezas e garantir uma vida decente aos cidadãos.

Durante os anos 40 e parte dos 50, o mundo foi bombardeado com imagens que tentavam provar como os indivíduos do ''outro lado'' eram sofredores.

O Macarthismo

O clima de paranóia da Guerra Fria nos EUA levou o senador Joseph McCarthy a organizar o Comitê de Investigações de Atividades Antiamericanas, órgão que atuou de fins da década de 1940 a meados de 1950.Subordinado ao Senado, o Comitê investigava a infiltração comunista no país, inquirindo a ideologia e o comportamento de pessoas supostamente identificadas como comunistas ou simpatizantes da ideologia.Era o ''terror vermelho'', ou ''caça as bruxas''.

A coexistência pacífica e a détente

Se, durante a década de 1950, as relações entra EUA e URSS manisfestavam-se tensas, de acordo com os episódios analisados, a partir da década de 1960, principalmente após a tensão na Ilha de Cuba, que estudaremos adiante, iniciou-se um período de coexistência pacífica e de distensão (détente ) entre as duas superpotências.

A REVOLUÇÃO CHINESA (1949)

O Século XX na China iniciou-se com a tentativa de derrubada de valores de dominação e exploração desde o século XIX, a várias potências imperialistas, especialmente a partir da Guerra do Ópio(1841).Essa exploração encontrava apoio no mandarins, funcionários do Estado imperial, e nos senhores de terra.Baseando-se na filosofia de Confúncio,que pregava o respeito à autoridade, á hierarquia e o culto ao passado, mantinham as tradicionais estruturas de privilégios, o que favorecia a dominação.

A Revolta dos Boxers (1898-1901), embora fracassada foi a ultima dessas tentativas,que despertou o descontentamento geral, a chama revolucionária e a conscientização da população que a dinastia Manchu, que não governava a China e cooperava com a dominação internacional, era a responsável pela miséria no país.

Em 1911 é proclamada a República chinesa, que, entretanto quase nada pode fazer diante das potências imperialistas que ocupavam o país, o governo era composto pelo Partido Nacionalista (Kuomintang) e por Sun Yat-sen. A China sofrendo humilhantes exigências feito pelo Japão, um grupo de chineses apoiados por outros setores influenciou a fundação do Partido Comunista Chinês (PCC), criado em 1920, que contava com a participação de Mao Tsé -Tung.

No início da Década de 20, o governo Kuomintang, conviveu com o PCC, que crescia vertiginosamente , e, também, sem grandes atritos com a URSS. O grande objetivo chinês era a unificação política e a luta contra autonomia dos senhores locais e das potências imperiais.

A unidade do país era mantida por Chiang Kaishek à custa de uma série de acordos com os chefes militares locais, que , possuidores de independência parcial, comprometiam a próprio governo nacional.A partir de 1930, a crise e as indefinições cresceram, originando uma guerra civil.Aproveitando-se da fragilidade chinesa, o Japão invadiu a Manchúria, em 1931, e estabeleceu um Estado-Satélite - o Manchukuo - no norte do país. O Kuomintang passou a sofrer dupla pressão: do imperialismo japonês e da ameça comunista no interior do país.

Em 1934, os nacionalistas organizaram umas grande campanha militar para esmagar os comunistas.Fugindo das tropas do Kuomintang, 100mil homens do Exército Popular de Libertação, liderados por Mao, percorreramn10mil Km a pé -A Longa Marcha ( 1934-1935 )-, restando ao fim de um ano apenas 9 mil.Transformando no líder dos vermelhos, Mao Tsé-tung foi escolhido para secretário geral do PCC, sendo assessorado por Lin Piao e Chou En-lai.

Diante do insistente avanço japonês, Mao propôs a organização de uma nova frente única -Kuomintang e PCC-, o que levou a um acordo, concluído em 1937.Até o final da Segunda Guerra Mundial, essa frente única deu ao PCC o controle de parte do exército chinês, além de uma crescente popularidade ao denunciar a corrupção das tropas de Chiang kai-shek.

Com a capitulação do Japão na Segunda Guerra Mundial em agosto de 1945, Chiang kai-shek decretou, em 4 de julho de 1946, uma mobilização nacional, a fim de eliminar definitivamente o ''perigo vermelho''. Contando com o apoio norte-americano, que lhe fornecia recursos militares e financeiros, Chiang kai-shek passou a ser visto pelos chineses como um '' cúmplice do estrangeiro''.

Enquanto isso, a URSS, envolvida com seus próprios problemas de pós-guerra, adotava com a China uma política ambígua e hesitante, deixando sem apoio os guerrilheiros do Exército Popular de Libertação, que, mesmo assim, continuavam avançando e atacando o Kuomintang.

O exército do PCC foi ganhando terreno até que, em janeiro de 1949, entrou vitorioso em Pequim, e, em 10 de outubro, foi proclamada a República Popular da China. Chiang Kai-shek e seus seguidores refugiaram-se na Ilha de Formosa (Taiwan), onde instalaram o governo da China Nacionalista, que recebeu forte apoio norte-americano durante a Guerra da Coréia e toda a Guerra Fria.Ao mesmo tempo, os EUA isolaram a China, negando-lhe reconhecimento diplomático e intercâmbio econômico.

A Guerra da Coréia (1950-1953)

A Coréia, dominada pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial, foi, após a derrota do Eixo, dividida entre norte-americanos e soviéticos.

Após a guerra, no entanto, esse limite transformou-se em divisão real, surgindo dois Estados Coreanos sob ocupação de cada uma das duas potências: a República da Coréia do Sul,sob domínio norte-americano, e a República Popular Democrática da Coréia do Norte, sob ocupação soviética.

Logo, a região tornou-se área de sucessivos conflitos entre os dois países.Com a vitória comunista na China, em 1949, serviu de motivação para a Coréia do Norte tentasse a unificação das Coréias novamente, invadindo a Coréia do Sul.

A morte de Stalin, em março de 1953, abriu espaço para que novas mudanças acontecessem na política externa soviética.

Com a eleição do republicano Dwight Eisenhower, nos EUA, ajudando a acelerar as negociações para um armistício.Finalmente, em julho de 1953 , foi assinado um acordo de paz em Pan Munjon, restabelecendo as fronteiras sobre o paralelo38° Norte e aproximando a URSS e os EUA.Encerrava-se a fase crítica.

Após a guerra contra a Coréia do Sul, A Coréia do Norte contou com importante ajuda soviética e chinesa ,mantendo-se ligada apenas aos países do bloco socialista.Entretanto, graças às discordâncias com o reformismo soviético, empreendidas, de Moscou pelo governo de Gorbatchev (1985-1991), as ligações econômicas entre esses países foram enfraquecendo, diminuindo ainda mais com o colapso do socialismo no Leste europeu no final dos anos 1980 e início dos 1990.

Em 2002, os EUA cortaram o fornecimento de petróleo aos norte-coreanos.Em 2003-2004 a córeia do sul ameaça os EUA de guerra, em 2005 entendimentos são feitos entre os dois governos.

A Coréia do Sul, por sua vez, recebeu investimentos e tecnologia estrangeira, acendendo à posição de tigre asiático.Politicamente, a Coréia do Sul viveu diversos golpes militares, ditaduras e escândalos ligados à corrupção, sendo dominada por indivíduos afinados com os interesses empresariais do país e opostos á vizinha Coréia do Norte.

Com o presidente Kim Dae-jung, eleito em meio à crise de 1997 e empossado em 1998, buscou-se a estabilidade econômica e a normalidade política.Além disso, em junho de 2000, Kim Dae-jung visitou Pyongyang, capital da Coréia do Norte, realizando um inédito encontro de cúpula com o ''grande líder'' Kim Jong-il, para firmar promessas de ampliação do diálogo e de ajuda entre duas Coréias.novas investidas para uma maior aproximação com a Coréia do Norte continuaram com o novo presidente empossado em 2003, Rooh Moo-hyun..

Crise dos Mísseis em Cuba

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O episódio conhecido como a crise dos mísseis de Cuba,ocorrido em Outubro de 1962, foi um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria. A crise é conhecida pelos russos como "crise caribenha" e pelos cubanos como "crise de outubro".
Índice

Início

A crise começou quando os soviéticos, em resposta a instalação de mísseis nucleares na Turquia em 1961 e à invasão de Cuba pelos estado-unidenses no mesmo ano, instalou mísseis nucleares em Cuba. Em 14 de Outubro, os Estados Unidos divulgaram fotos de um vôo secreto realizado sobre Cuba apontando cerca de quarenta silos para abrigar mísseis nucleares. Houve uma enorme tensão entre as duas super-potências pois uma guerra nuclear parecia mais próxima do que nunca. O governo de John F. Kennedy, apesar de suas ofensivas no ano anterior, encarou aquilo como um ato de guerra contra os Estados Unidos.

Nikita Kruschev, o Primeiro-ministro da URSS à época, afirmou que os mísseis nucleares eram apenas defensivos, e que tinham sido lá instalados para dissuadir uma outra tentativa de invasão da ilha, indignando assim ainda mais os americanos. Anteriormente, em 17 de abril de 1961 (logo após o vôo de Yuri Gagarin), o governo Kennedy já tinha tentado um fracassado desembarque na Baía dos Porcos (operação planejada pela CIA, que usou os refugiados da ditadura de Fulgêncio Batista como peões na fracassada tentativa de derrubar o regime cubano). Mas agora a situação era muito mais séria.

Nenhum presidente dos Estados Unidos poderia admitir a existência de mísseis nucleares daquela dimensão a escassos 150 quilómetros do seu território nacional. O presidente Kennedy acautelou Khruschev de que os EUA não teriam dúvidas em usar armas nucleares contra esta iniciativa russa. Ou desativavam os silos e retiravam os mísseis, ou a guerra seria inevitável.

  Os Treze Dias

Foram treze dias de suspense mundial devido ao medo de uma possível guerra nuclear, até que em 28 de Outubro Kruschev, após conseguir secretamente uma futura retirada dos mísseis estadunidenses da Turquia, concordou em remover os mísseis de Cuba.

Enquanto os EUA e a URSS negociavam, a população estadunidense tentava defender-se como podia. Nunca antes se tinha comprado tanto cimento e tijolo na história dos EUA depois que John Kennedy ter declarado a verdadeira gravidade da situação pela televisão. Milhares de chefes de família, aterrorizados, trataram de cavar nos seus pátios e jardins pequenos abrigos que possibilitassem a sobrevivência da sua família durante a possível guerra nuclear.

 Consequências

Na década de 1960, havia uma clara tendência à proliferação dos arsenais nucleares. Por esta razão, e ainda sob o impacto da crise dos mísseis de Cuba, os Estados Unidos, a União Soviética e a Grã-Bretanha assinaram, em 1963, um acordo que proibia testes nucleares na atmosfera, em alto-mar e no espaço (assim, apenas testes subterrâneos poderiam ser legalmente realizados). Em 1968, as duas super-potências e outros 58 países aprovaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. O objetivo desse acordo era tentar conter a corrida armamentista dentro de um certo limite, com ele, os países que já possuíam artefatos nucleares se comprometiam a limitar seus arsenais e os países que não os continham ficavam proibidos de desenvolvê-los, mas poderiam requisitar dos primeiros tecnologia nuclear para fins pacíficos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Corrida Espacial




Em 1945,a 2ºGuerra mundial acabou,dando inico a chamada Guerra Fria. Esse novo conflito tinha como protagonistas os Estados Unidos da America(EUA) e a União das Republicas Socialistas Sovieticas(URSS), sendo que essas duas superpotências apresentavam modelos políticos diferentes e ideologias também distintas e visavam ampliar suas áreas de influencia.
Durante vários anos,esses dois paises travaram uma batalha pela busca da hegemonia mundial.Eles destinavam dinheiro para algumas nações se reestruturarem, fornecendo armas para confrontos separatistas,mas para expandir ainda mais suas áreas de influencia, os dois países realizaram altos investimentos tecnológicos,destinados principalmente para a industria bélica.Esse fato ficou conhecido como corrida armamentista.Durante esse período o mundo , que estava dividido entre capitalista e socialista, temia um possível confronto entre os dois países,pois era grande o numero de armas nucleares por parte das duas nações.
Mas outra área que a URSS e os EUA investiram foi na área espacial, desenvolvendo fogetes,satélites e outro meios de pesquisa espacial.
Em 1957, a URSS saiu na frente dos EUA na corrida espacial .Em outubro desse ano, o pais lançou o primeiro satélite artificial,denominado Sputnik.No entanto, a URSS não se conteve e , em novembro desse mesmo ano, enviou o primeiro ser vivo ao espaço, a cadela Laika, a bordo do Sputnik 2.
Em contrapartida, os EUA, em 1958 , lançaram o satélite artificial EXPLORER 1,que transportava vários aparelhos de pesquisa.Porem, no ano seguinte,a URSS apresentou um grande avanço nas suas pesquisas realizando o projeto Luna, que proporcionou a obtenção de imagens da superfície lunar.
Outro grande salto na corrida espacial foi dado em abril de 1961.Nessa data, foi realizado o primeiro vôo tripulado por um humano, Yuri Gagarin a bordo da nave Vostok, teve o privilegio de orbitar a Terra e entrar para a historia sendo o primeiro homem a ir para o espaço e pela sua famosa frase ‘’A TERRA É AZUL’’.
Os Eua , vendo que estavam ficando para trás,investiram ainda mais no projeto espacial.O resultado foi conquistado em 1962, com o astronauta John Glenn que voou ao redor da Terra.Conforme as pesquisas avançavam,os objetivos se tornavam mais complexos,como mandar o 1º homem a Lua, objetivo que era visado pela NASA.
Em julho de 1969, os astronautas estadunidenses Edwin Jr, Neil Armstrong e Michael Collins,tripulantes da nave espacial Apollo 11,atingiram o solo lunar.Essa conquista foi transmitida pela televisão,ficando marcada pela celebre frase de Neil Armstrong: ‘’ Esse é um pequeno passo para um homem,mas um grande passo para a humanidade.’’
Ápos esse feito, a tensão entre os dois países foi diminuindo e em1975,eles chegaram a trocar informações sobre a exploração espacial.Esse fato, alem de ocorrer a diminuição de gastos para os projetos e a fragmentação da URSS, marcou o fim da corrida espacial.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Guerra Fria - últimos anos

    Do Sindicato Solidariedade à queda do Muro de Berlim
Enquanto Jimmy Carter intensificava as negociações para limitar a produção de armas nucleares, a URSS estava às voltas com graves problemas econômicos internos e enfrentava contestações ao seu domínio dentro de seus satélites europeus.

Em 1979, começava a surgir na Polônia um movimento sindical, a partir da cidade de Gdansk, que deu origem ao sindicato Solidariedade, tendo como principal líder o operário Lech Walesa. Tratava-se de um movimento reivindicatório, por melhores condições de vida, e, ao mesmo tempo, político, questionando o modelo de gestão soviética e requerendo maior liberdade política.

Era a terceira grande contestação ao domínio soviético, depois da Hungria e da Tchecoslováquia. Mas, diferente das anteriores, essa ocorria num momento em que a capacidade da URSS de reagir já era significativamente menor, em função de suas crescentes dificuldades econômicas.

Mesmo assim, o governo soviético procurava tirar partido desse momento de indefinição da política externa norte-americana, buscando ampliar sua influência em algumas regiões. Em 1980, os soviéticos invadiram o Afeganistão, visando apoiar um governo comunista na região. Em represália, o governo Carter adotou sanções econômicas contra os soviéticos.

Entretanto, já era tarde para Carter reverter a sensação de que seu governo fora responsável pelo enfraquecimento da posição internacional dos EUA. O efeito disso foi sua derrota na eleição presidencial para o candidato republicano Ronald Reagan.
Mikhail Gorbatchev, a Perestroika e a Glasnost
Outro dado contribuiu sensivelmente para essa mudança na belicosidade dos EUA. Em substituição a Chernenko, morto em 1985, assumia o poder na URSS um líder surpreendentemente jovem, se comparado a seus antecessores: Mikhail Gorbatchev.

Embora sempre tivesse sido um membro da burocracia dirigente, Gorbatchev era fruto de um novo momento, no qual o colapso da economia e a ineficiência da máquina burocrática não mais podiam ser ocultados. Herdando uma situação interna caótica, na qual a produção soviética era incapaz de sustentar as demandas do país em qualquer setor no qual a tecnologia fosse minimamente necessária, e às voltas com o risco de que a ineficiência administrativa provocasse a fome generalizada no país, Gorbatchev tinha clara a necessidade de amplas reformas em todos os níveis da vida do país.

Gorbatchev sabia, acima de tudo, que seriam necessários pesados investimentos na modernização tecnológica, o que requeria recursos que o país teria que tirar de algum setor. A única opção seria reduzir drasticamente as despesas monstruosas do Estado com o setor militar, o que implicava não apenas na redução da capacidade ofensiva do exército como também no desmantelamento da máquina repressiva interna, com o enfraquecimento de órgãos como a KGB, fundamentais para a repressão aos focos de descontentamento.

Assim, Gorbatchev tinha claro que seria impossível uma reestruturação econômica sem uma reestruturação política. Essa é a razão da indissociabilidade dos dois programas por ele estabelecidos: a Perestroika (reestruturação, utilizada no sentido econômico) e a Glasnost (transparência em russo, significando uma maior abertura política, com a liberalização do regime).

Gorbatchev empreendeu um amplo processo de desmontagem da estrutura repressiva, incluindo o fim do regime de partido único e a redução drástica dos poderes da KGB. Ao mesmo tempo, reduzia drasticamente a presença de tropas soviéticas nos países da Europa Oriental, reduzindo assim o controle soviético sobre eles.

Os efeitos foram imediatos, tanto interna quanto externamente. As reformas internas geravam oposição de todos os setores, da velha guarda do partido descontente com o que era visto como a negação do comunismo, e de setores que queriam um apressamento das reformas em direção à restauração pura e simples do capitalismo. Ao mesmo tempo, o enfraquecimento da máquina militar, através da qual a URSS mantivera o domínio sobre o Leste Europeu, gerou um rapidíssimo processo de desmontagem da Cortina de Ferro.

Entre 1989 e 1991, todos os países do Leste Europeu passaram por revoluções internas que varreram os antigos governos comunistas apoiados pela URSS. Além de Hungria, Polônia, Tchecoslováquia, Bulgária e Albânia, casos mais graves ou emblemáticos foram representados pela Alemanha Oriental e pela Iugoslávia.

Na Alemanha Oriental, o colapso do regime foi atestado pela queda de Eric Honecker, ao mesmo tempo em que caía também aquele que fora o maior símbolo da Guerra Fria, o Muro de Berlim. Em 1991, a própria Alemanha Oriental deixava de existir, tendo sido unificada à Alemanha Ocidental.

Na Iugoslávia, o fim do governo Tito, ao mesmo tempo em que a URSS deixava de ter a força de outros tempos, provocou as mudanças mais violentas da região. A rígida centralização mantida pelo regime comunista foi eliminada, abrindo espaço às lutas nacionais que geraram a desintegração da federação e também uma série de conflitos nacionais, étnicos e religiosos. Esses conflitos geraram a independência da Eslováquia, da Croácia, da Bósnia-Herzegovina e também os movimentos separatistas na região de Kosovo.

Uma nova era se abria. Mesmo com a queda de Gorbatchev, originalmente a partir de um golpe desfechado pela direção do partido comunista, mas rechaçado por um amplo movimento social liderado por Boris Yeltsin, o fim do regime soviético era irreversível.

A derrota soviética foi largamente empregada como um símbolo do triunfo dos ideais capitalistas. A ausência de um adversário poderoso consolidou mais do que nunca a posição dos EUA no cenário mundial, posição que só encontra, atualmente, focos isolados de reação, como o fundamentalismo islâmico e algumas posturas de líderes como Hugo Chávez ou Evo Morales, incapazes entretanto de neutralizar a preponderância norte-americana e seus frutos mais diretos no campo econômico: o neoliberalismo e o processo de globalização.








 


                               A queda do muro de Berlim.

Pouco depois, em 1990, as duas Alemanhas reunificaram-se. Para isso contribuiu a ascensão de Gorbatchëv ao poder e o desmoronamento da sociedade Leninista, com a descentralização estatal. Hoje em dia apenas podemos observar algumas partes do muro, degradadas e cobertas de grafitis, mas que muito interessam os turistas.